"Este blog é administrado por Simone Fernandes e não tem nenhum vínculo com fã-clubes do cantor. É somente uma forma de homenagear este grande artista, compartilhando suas histórias, respeitando seu legado, família, amigos e os milhares de fãs que existem no mundo todo."



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10/08/2012

35 ANOS SEM ELVIS II

 - Há 35 anos, morria Elvis Presley. A Rolling Stone EUA dedicou boa parte de sua edição à morte do Rei. A seguir, um relato do que aconteceu logo após o caótico dia 16 de agosto de 1977 - 


Ele tornou-se um mistério ainda maior na morte do que havia sido em vida. Elvis Aaron Presley foi sepultado aos 42 anos, sem jamais ter aberto o jogo, sem nunca ter colocado todas as cartas na mesa. E sua família inteira – a distinção entre parentes consanguíneos e empregados foi nublada há tempos – continuou, em meio à dor da despedida, mantendo tudo o que dizia respeito ao Rei tão oculto quanto antes.
No dia anterior à sua partida para uma turnê, na mesma semana em que surgiu o polêmico livro Elvis: What Happened? (escrito por três ex-guarda-costas e que se propunha a detalhar a vida privada do cantor), no mês em que voltava a ter um álbum nas paradas (Moody Blue), Elvis caiu morto em sua mansão, Graceland, e instantaneamente passou de lenda elusiva a mito. A cidade de Memphis, que também deu ao mundo os hotéis Holiday Inn, mais uma vez – mesmo que por cerca de 48 horas – tornou-se o quartel-general espiritual do rock and roll.

A cidade parecia um acampamento cigano. Dezenas de milhares de seguidores do Rei largaram o que quer que estivessem fazendo onde quer que estivessem e seguiram para o lugar onde tinham que estar. Não importava que não havia mais nenhum quarto vago em lugar nenhum. Os nove mil quartos de motel da cidade já estavam lotados com 16 mil pessoas presentes para uma convenção da ordem dos Shriners. Não importava que no fim apenas umas duas mil pessoas das 75 mil presentes puderam ver o corpo do ídolo repousando placidamente no velório, ou que somente cerca de 200 amigos mais próximos puderam acompanhar o funeral. Estar na mesma cidade em que o Rei no dia de sua despedida final já era o suficiente para todos eles. Mesmo em meio à quase histérica adoração persistiram as incômodas notícias, especulações e rumores sobre a causa da morte dele. A explicação vigente era ataque do coração, mas esperava-se que a autópsia prosseguisse por pelo menos uma semana.

A última semana de vida de Elvis foi, aparentemente, feliz. Sua filha de 9 anos, Lisa Marie (a quem ele homenageou batizando também seu jatinho particular Convair 880), estava passando duas semanas de visita em Graceland. Ela mora em Los Angeles com a mãe, a ex-esposa do cantor, Priscilla Beaulieu. Em 7 de agosto, Elvis havia alugado Libertyland, um parque de diversões local, da meia-noite até o nascer do sol. Sua filha e sua atual namorada, uma garota local chamada Ginger Alden, e cerca de 15 amigos passaram a noite se divertindo nos brinquedos. Fora isso, relataram amigos, Elvis nadava na piscina de Graceland durante o dia, jogava raquetebol à noite e repassava as músicas para sua turnê de 11 datas, que culminaria com dois shows no Mid-South Coliseum em Memphis, nos dias 27 e 28 de agosto. Ele estava, ainda de acordo com amigos, extremamente acima do peso e embora tivesse visto o conteúdo do escandaloso Elvis: What Happened? , não parecia exageradamente aborrecido. Na segunda, 15 de agosto, Elvis acordou tarde como de costume (o editorial do Memphis Commercial Appeal sobre a morte dele destacava que “quando Elvis trabalhava até mais tarde, se sentia em paz”). À noite, foi dar uma volta por Memphis com um de seus carros Stutz-Bearcat. De volta a Graceland, foi para a quadra de raquetebol e jogou até 6h da manhã da terça-feira, 16 de agosto.

Às 14h33, o Departamento dos Bombeiros de Memphis, na Engine House 29, localizado no número 2147 da Elvis Presley Boulevard, recebeu uma chamada do gerente de turnês de Elvis, Joe Esposito, dizendo que alguém estava tendo dificuldades de respiração em Graceland. Não era um caso incomum, uma vez que fãs frequentemente desmaiam do lado de fora da mansão do cantor. Charlie Crosby e Ulysses S. Jones Jr. pularam para dentro da Unidade 6 – um veículo laranja e branco com uma estrutura em forma de caixa acoplada a um chassi GMC –, ligaram a sirene e seguiram para o sul. Na altura do número 3746 da Elvis Presley Boulevard (ninguém aqui chama a via apenas de Presley ou Elvis) a ambulância foi levada até Graceland por um carro que os aguardava.
Crosby e Jones foram levados para o andar superior, onde Presley estava caído no chão de seu banheiro. O médico particular, George Nichopoulos, estava aplicando reanimação cardiopulmonar. Eles colocaram Elvis, ainda vestido com um pijama azul, na Unidade Nº 6 e correram de volta na direção norte pela Elvis Presley Boulevard. Crosby dirigia enquanto Jones ajudava com as tentativas de reavivá-lo na parte de trás do veículo. Alguns funcionários de Elvis seguiram a ambulância. Eles viraram à esquerda na Union e correram para a entrada do setor de emergência do Baptist Memorial Hospital, muito perto do estúdio original da Sun Records na 706 Union – hoje uma construção térrea amarela, vazia e trancada –, onde Elvis gravou pela primeira vez. “Respire, Elvis, Respire!”, disse Nichopoulos no caminho para o hospital, de acordo com o jornal Commercial Appeal. Já era mais do que tarde. O corpo de Presley já estava azul.

Um comentário:

Obrigada pela visita e comentário!

*Simone Fernandes*