"Este blog é administrado por Simone Fernandes e não tem nenhum vínculo com fã-clubes do cantor. É somente uma forma de homenagear este grande artista, compartilhando suas histórias, respeitando seu legado, família, amigos e os milhares de fãs que existem no mundo todo."



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

27/09/2013

OS PRIMEIROS ANOS DA LENDA -- POR ELVIS PRESLEY

"Desde os meus primeiros anos, sabia que algo iria me acontecer. Eu não sabia exatamente o que, mas era um sentimento de que o meu futuro seria brilhante.
Eu queria ser cantor, porque eu não queria mais suar. Trabalhei como  motorista de caminhão, quando terminei o ginásio. Depois disso, arrumei um emprego de um dólar por hora e, quando comecei a cantar, percebi que aquilo era para mim.
Meu pai conhecia muitos músicos e a maioria deles não trabalhava. Então ele disse: 'Você deve decidir-se entre ser músico ou eletricista, mas nunca vi um músico que valesse alguma coisa.'
Eu dirigia um caminhão, isso em Memphis, onde moro; eu tentava dizer que estava aprendendo a ser um eletricista. Eu dirigia um caminhão e estudava para ser eletricista também.
Bem, eu fui a Sun Records e lá havia uma senhora que pegou meu nome e disse que deveria aguardar que ele, Sam Phillips, iria  me chamar algum dia, como realmente fez, um ano e meio depois. Então, eu fui até lá e gravei meu primeiro disco, 'That's All Right'.
'Você quer cantar algum blue?', ele sugeriu por telefone, sabendo que bebi desta fonte. Ele mencionou o nome de Big Boy Crudup e de outros também. O que sei é que desliguei o fone e corri quinze quadras até o escritório do Sr. Sam Phillips, antes mesmo que ele pudesse desligar o aparelho dele, como ele mesmo disse.
Falamos sobre canções de Crudup que eu conhecia -- 'Cool Disposition', 'Rock Me Mama', 'Hey Mama', 'Everything's All Right' e outras, mas nos concentramos em 'Thats All Right'.
Eu não era conhecido até que o Coronel Tom Parker começou a trabalhar comigo como empresário e então eu fui para a RCA Victor e apareci na televisão.
Eu era conhecido em algumas regiões, mas não em todo lugar. Na primeira vez em que cantei em público foi como amador numa feira e eu não cantava o tipo de música que canto hoje. Ninguém sabia o que era 'rock-n'-roll naqueles dias. Não é o mesmo que quando você escuta o rádio. Quando você se apresenta no palco tem de mostrar algo para o público. As pessoas podem comprar seus discos e ouvi-los e não têm de sair para isso. Você tem de fazer um show que movimente a plateia. Se eu simplesmente subisse lá e cantasse sem mover-me, as pessoas diriam: 'Posso ficar em casa e ouvir seus discos.' Você tem de lhe dar um show, algo que possa comentar.

Minha primeira aparição em público, após começar a gravar, foi em Memphis, onde tudo começou, num grande show num auditório ao ar livre. Eu cheguei ao palco e estava apavorado. Era minha primeira aparição defronte a um público. Então cheguei  e comecei a cantar uma música rápida  de um de meus primeiros discos, e todo mundo gritava. Eu não sabia por que eles gritavam tanto. Daí eu saí do palco, e nos bastidores meu empresário disse que todos estavam gritando porque eu estava me movimentando com a música. Então eu voltei e repeti os movimentos. Quanto mais eu mexia, mais eles gritavam.
E apenas senti aquilo, de verdade. Meu pai e eu rimos muito sobre aquilo no dia seguinte. Ele olhou para mim e disse: 'Que aconteceu, Elvis? A última coisa de que me lembro é que estava trabalhando numa fábrica de latas e você dirigia um caminhão'. Continuamos a sentir o mesmo a respeito de tudo. 
Eu me apresentei no Lousiana Hayride mais ou menos para experimentar aquilo tudo. Fui uma vez e voltei duas semanas depois. Como o público parecia gostar de minhas canções iam lá me ver, eles me deram um emprego. Tive realmente muita sorte, muita sorte mesmo. Aconteceu que apareci numa época em que a música e o seu ramo de negócios estavam sem rumo ou tendência. Tive muita sorte. As pessoas procuravam por algo diferente e eu tive sorte por chegar bem na horinha certa. 

Minha mãe jamais me perdia de vista.
Eu não podia ir até o riacho com as outras crianças.
Às vezes, quando eu era pequeno, costumava fugir. Mamãe me batia e eu pensava que ela não me amava.
Éramos uma família muito religiosa, andando juntos e cantando em encontros no campo ou festas populares. Desde os dois anos de idade, tudo o que eu sabia era a música gospel. Aquela música tornou-se parte de minha vida, tão naturalmente como a dança. Uma forma de fugir dos problemas. Minha forma de libertação.
Enquanto cantavam, os pregadores tomavam conta do lugar, saltando no piano, movimentando-se por todos os lados. A plateia gostava deles e acho que aprendi muito com eles. 
Éramos uns 'duros' e deixamos Tupelo à noite. Papai embrulhou em caixas tudo o que tínhamos, colocando-as no bagageiro do teto e no porta-malas de seu 'Plymouth 1939'. 
Meu pai era um trabalhador comum. Ele nunca teve seu negócio, como eu nunca tive. Na maior parte do tempo, ele dirigiu caminhões e, quando ele trazia o caminhão para casa, vindo da mercearia, eu costumava entrar nele e ali ficava por horas.
De vez em quando, eu deixava mamãe louca, mas acho que todo menino em crescimento faz isso. Eu era o único filho e mamãe agiu sempre corretamente comigo. Às vezes ela era boa demais.
Eu poderia acordá-la no meio da noite se estivesse preocupado com alguma coisa. Ela levantava, fazia um sanduíche e levava um copo de leite para mim, enquanto conversava comigo, ajudando-me a entender as coisas.
Suponho que por eu ser filho único estávamos mais próximos, quero dizer, todos amam sua mãe, mas eu era o filho único e mamãe estava sempre comigo, toda a minha vida e não foi apenas como perder uma mãe. Foi como perder uma amiga, uma companheira, alguém com quem se pode falar. Eu costumava ficar muito bravo com ela, enquanto estava crescendo, mas isto é uma coisa natural, não é? Um jovem quer ir a algum lugar, fazer alguma coisa e sua mãe não deixa. Você pensa 'o que está errado comigo?' No entanto, mais tarde, muitos anos depois, você descobre que ela estava certa e que tudo o que ela fazia era para protegê-lo e mantê-lo longe de problemas ou algo que pudesse feri-lo. Sou feliz por ela ter sido tão rigorosa."

Elvis Presley.

Retirado do livro: Elvis Presley - por ele mesmo.


Licença Creative Commons
Elvis Presley Rei do Rock de Simone Fernandes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
Baseado no trabalho em http://elvispresleyreidorock.blogspot.com/.

4 comentários:

  1. Hoje em tempos de internet, em tempos de divulgação em massa, é muito importante que os (novos) fãs que Elvis vem ganhando nos últimos anos leiam textos como esse retirado do livro (que eu li de novo semana passada rs). Em plenos anos 50, o que havia para se divulgar um artista? Rádio, TV e cinema e só rs. Elvis conseguiu atingir os 4 cantos do mundo sem internet, sem lançamento simultâneo nos EUA, Europa... Reflexo de um tempo em que a música não era pirateada como hoje em dia. Alguns anos atrás, o ex baterista dos Beatles Ringo Starr estava com um disco pronto para ser lançado, pois bem, saiu (vazou) uma semana antes na internet.
    Bela postagem Simone, sou seu fã.
    Baratta

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade. Elvis foi um artista excepcional. Por isso ele é considerado até hoje o Rei do Rock. E não é pra menos, né?
      Muito obrigada pela sua visita!!
      Um beijo grande Baratta :)

      Excluir
  2. recentemente perdi uma amiga fanelvis ao qual aprendi amar elvis desde dos meus dez anos de idade, e agora ápos sua morte(ela faleceu no dia 15/08/2013, quis encontrar o king no infinito universo), agora as músicas de elvis tornou-se uma grande referência e uma grande lembrança de minha tão nobre amiga maria izabel vieira branco, que todos daqui de jataizinho, norte do paraná, a conheciam como jóia, mas para eu sempre será bebel presley. tínhamos planos de juntos irmos à curitiba assistir elvis it concert, mas quis o destino que irei sem ela fisicamente, mas ela irá junto comigo em meu coração. the king elvis cuide de bebel presley por mim até que um dia todos nós iremos nos juntar e estarmos compartilhando de sua maravilhosa voz!que assim seja.........forever bebel presley!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Luiz, sinto muito pela perda de sua amiga também fã de Elvis. Imagino sim a saudade grande. Com certeza ela já encontrou Elvis e deu um abraço nele e agora está com Deus.
      Continue acompanhando e amando o nosso Elvis Presley que merece mais do nunca o nosso amor, carinho e respeito sempre.
      Um beijo grande e volte quando quiser ;)

      Excluir

Obrigada pela visita e comentário!

*Simone Fernandes*